Um grupo de 14 senadores do PT, PCdoB, PSB, PMDB quer que Júlio Marcelo de Oliveira, procurador do Ministério Público Federal junto ao Tribunal de Contas da União, responda a processo disciplinar no Conselho Nacional do Ministério Público por quebra do dever funcional de isenção e imparcialidade.
Oliveira denunciou ao TCU as chamadas "pedaladas fiscais". No primeiro dia de julgamento no Senado da presidente afastada Dilma Rousseff, em 25 de agosto, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, rebaixou à categoria de "informante" o procurador. Ele foi arrolado como "testemunha" da acusação, mas a defesa conseguiu convencer Lewandowski de que ele não poderia ter essa posição por ter compartilhado em rede social uma convocação para um protesto contra a petista.
Os senadores, entre eles Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), querem que o CNMP apure a conduta do procurador no caso. Segundo a reclamação disciplinar, Oliveira confessou ter participado da convocação de ato político-partidário pela rejeição das contas da presidente Dilma, infringindo o dever funcional da isenção e imparcialidade. Eles também estão representando contra o procurador no MPF para apurar suposta prevaricação, falso testemunho e deslealdade às instituições.
O grupo entrou ainda com uma representação no MPF contra o ex-auditor do TCU, Antônio Carlos Costa Carvalho D'Ávila Junior, atualmente consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados. O procurador e ele, segundo confessou o ex-auditor durante depoimento no Senado, trabalharam juntos na elaboração da representação apresentada ao TCU para investigação das "pedaladas fiscais".
Conforme a representação, o ex-auditor também quebrou o dever funcional de isenção e imparcialidade. Os senadores querem que seja imputado a ele crime de falso testemunho por ter apresentado duas versões distintas em seu depoimento ao Plenário do Senado no dia 25 de agosto.