A biblioteca básica de Flávio Bierrenbach
3 de março de 2010, 16h03

Bierrenbach ficou com os olhos marejados ao lembrar-se de suas primeiras leituras, na casa de suas avós, em Sorocaba, interior de São Paulo. Foi lá onde começou a sua paixão por livros. A de pilotar veio depois, na pós-adolescência. O maior hobby do agora advogado é pilotar seu próprio avião, um tecoteco de 1946, que ficou esses anos todos esperando a disponibilidade de seu dono para pilotá-lo.
Ele conta que seus avôs paternos, por serem professores, já cultivavam uma bela biblioteca e era lá, naquele espaço ímpar, que ava parte de suas férias e feriados prolongados acompanhado de Monteiro Lobato. “Eu era a única criança, o neto mais velho, e a casa era muito grande, coisa típica do interior. Então, numa fase que não havia televisão e o rádio ficava ligado praticamente o dia todo, o jeito era ler muito”, contou saudoso. Hoje, o ministro também é avô, mas, infelizmente, sua biblioteca não chama a atenção dos netos quando se tem um computador por perto. “Quando eles [netos] estão aqui, am o dia nos joguinhos eletrônicos”.
O tempo que ou no colégio Mackenzie, durante o ensino fundamental e médio, também marcou a vida de Flavio Bierrenbach. Ele sabe citar com precisão nome e sobrenome dos mestres que influenciaram diretamente a sua formação cultural. Gostava, em especial, dos de Língua Portuguesa. É que, segundo ele, não tem a menor vocação para matérias exatas. “Sou péssimo em Química, Física e Matemática. Gosto das ditas ciências humanas”, confessou. Ele, curiosamente, vem de uma família de engenheiros. É o único advogado da família. Sua filha também fez Direito, mas não advoga. É diplomata e está nos Estados Unidos.
Ainda durante a conversa, o ministro aposentado do STM falou com orgulho de seu primeiro cliente no retorno à advocacia, o Centro Acadêmico XI de Agosto. “O cliente solicitou um trabalho, já o fiz e está entregue”, disse entusiasmado ao reforçar que advogar é sua sina. Ouvir música clássica americana é também outra paixão. “Sou muito chato para música. A maior parte daquilo que se houve hoje não é música, é ruído”.
Vale destacar, ainda, que Bierrenbach foi um dos principais arquitetos da célebre Carta aos Brasileiros, lida em 1977 pelo professor Goffredo da Silva Telles Jr. O ministro também ajudou a impulsionar a carreira de nomes como Celso de Mello, que hoje é um dos ministros mais garantistas do Supremo Tribunal Federal; Luiz Antonio Guimarães Marrey, atual secretário de Justiça de São Paulo; e Pedro Dallari, reconhecido advogado e professor. Os três trabalharam no gabinete de Bierrenbach quando ele foi deputado estadual em São Paulo, pelo então MBD, a partir de 1978.
Primeiro livro
Quando questionado qual livro marcou mais a sua infância, Bierrenbach não hesitou em dizer rapidamente o nome do seu autor preferido: Monteiro Lobato. Tanto que não soube apontar qual volume gostou mais. Para ele, a coleção toda é mágica. Ainda garante que o autor é um dos cinco grandes prosadores da Língua Portuguesa no Brasil. “Aliás, é uma leitura a qual volto com muita freqüência”, acrescentou.
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