A Justiça e o Direito nos jornais deste sábado
10 de maio de 2014, 15h26
Efeito cascata
A decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, de revogar o trabalho externo de dois condenados no julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, e de negar o pedido de trabalho feito pelo ex-ministro José Dirceu deve levar à derrubada das autorizações para mais sete condenados que cumprem pena e trabalham fora do presídio. Advogados de dois condenados dão como certa a revogação das autorizações de trabalho externo por parte de Barbosa, que é relator da ação penal. Entre os sete condenados que podem ter o benefício cassado estão os ex-deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP), João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT) e Bispo Rodrigues (do extinto PL, atual PR). Além dos antigos parlamentares, também devem ficar sem o direito de trabalhar o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas. Todos estão trabalhando fora da penitenciária por conta de decisões tomadas pelas varas de execuções penais que istram as penas desses condenados. As informação são do portal G1.
Críticas a Barbosa
Não há consenso entre especialistas sobre a decisão do ministro Joaquim Barbosa de vetar o trabalho externo ao ex-ministro José Dirceu sob a alegação de que ele ainda não cumpriu um sexto da pena. Alexandre Wunderlich, professor da PUC-RS e conselheiro federal da OAB, afirma que o ministro fez uma interpretação muito restritiva da lei. "Muitos Estados da Federação já item o trabalho externo no regime semiaberto antes do cumprimento de um sexto da pena". Opinião semelhante tem Christiano Fragoso, professor de Direito Penal da Uerj. "Se é para cumprir a lei, o Dirceu não deveria estar preso onde está", disse, em referência ao fato de o presídio da Papuda não contar como colônia de trabalho. Já para Janaína Paschoal, professora de Direito Penal da USP, a exigência de pode até ser flexibilizada, mas não para os condenados na AP 470, por causa do desvio de recursos públicos. As informações são da Folha de S.Paulo.
Crimes prescritos
O empresário Luiz Estevão, ex-senador pelo DF, foi beneficiado no dia 3 de maio com a prescrição de dois dos cinco crimes a que foi condenado pelo superfaturamento na construção da sede do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP). Em razão da demora na conclusão do processo, Luiz Estevão deixará de responder pelas acusações de uso de documento falso e formação de quadrilha. No entanto, as condenações por peculato, estelionato e corrupção iva ainda estão válidas. Em 2006, o ex-senador foi condenado pela Justiça Federal a 31 anos de prisão, além de pagamento de multa estimada em R$ 3 milhões, mas ganhou o direito de recorrer em liberdade. Ainda há possibilidade de recurso. As informações são do portal G1.
Sigilo quebrado
O empresário Eike Batista teve os sigilos fiscal e bancário quebrados nesta sexta-feira (9/5) por determinação da Justiça Federal no Rio de Janeiro, a pedido do Ministério Público Federal. A evolução patrimonial do empresário entre 20012 e 2013 será analisada, assim como todas as operações bancárias feitas entre março de 2013 e maio de 2014. O Ministério Público investiga com a Polícia Federal se o controlador da Óleo e Gás Participações (ex-OGX) cometeu crimes de lavagem de dinheiro, uso indevido de informação privilegiada e operações financeiras simuladas. O advogado de Eike, Sérgio Bermudes, disse que a já iria sugerir as quebras no processo e que, por isso, não irá recorrer da decisão. As informações são da Folha de S. Paulo.
Crime ambiental
A Justiça Federal em São Paulo recebeu uma denúncia de crime ambiental por derramamento de óleo diesel em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, contra a Petrobrás Transportes (Transpreto) . Três técnicos da empresa também são réus na ação, acolhida em fevereiro pelo juiz federal Gustavo Catunda Mendes, da 1ª Vara Federal em Caraguatatuba. A empresa responderá pelo crime de "dificultar ou impedir o uso público das praias" e de "lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos em desacordo com as exigências estabelecidas em lei". As penas são as aplicadas a pessoas jurídicas, com multa e suspensão das atividades. As informações são do Estadão.
Avançando o sinal
A Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos Deputados aprovou projeto que prevê o perdão das multas por avanço de sinal aplicadas durante a madrugada, entre 0h e 5h. De autoria do deputado Felipe Bornier (PSD-RJ), a proposta poderá transformar em lei nacional um direito garantido a moradores de algumas partes do Brasil, onde a regra está prevista na legislação local. A ideia é reduzir o número de motoristas vítimas de violência. As informações são da revista Veja.
Acidentes sob sigilo
Lei sancionada nessa sexta-feira (9/5) pela presidente Dilma Rousseff (PT) torna sigilosa as investigações feita pela Aeronáutica de acidentes aéreos no Brasil. A partir de agora, por exemplo, a polícia e o Ministério Público, ao apurar um acidente aéreo, só terão o à caixa-preta da aeronave mediante decisão judicial. Ainda assim, a lei estabelece duas condições para liberar os dados: que o Cenipa (órgão da Aeronáutica responsável pela apuração de acidentes aéreos) seja consultado antes e que essas informações sejam protegidas por segredo de Justiça. O projeto de lei foi elaborado pelo próprio Cenipa em 2007 e foi aprovado este ano pelo Congresso. As informações são da Folha de S. Paulo.
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