Diplomado pelo TSE, Lula cita coragem do Judiciário na defesa da democracia

Diplomado presidente da República eleito na tarde desta segunda-feira (12/12), na sede do Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, Luiz Inácio Lula da Silva dedicou um trecho do discurso para agradecer a atuação firme de magistrados brasileiros em defesa da democracia.

Reprodução de vídeo/Lula/Twitter

Para Lula, a diplomação, mais do que uma formalidade, é a celebração da vitória do estado de direito, severamente ameaçado por grupos antidemocráticos que atuaram no que definiu como "o submundo das redes sociais".

"Não faltou quem defendesse a democracia nesse momento tão grave. Além do povo, que escolheu o amor além do ódio, a verdade além da mentira e a democracia além do arbítrio, quero destacar a coragem do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, que enfrentaram toda sorte de ameaças, ofensas e agressões para fazer valer a soberania do voto popular", disse.

Alejandro Zambrana/Secom/TSE

"Cumprimento cada ministro do STF e do TSE pela firmeza na defesa da democracia e lisura do processo eleitoral em tempos tão difíceis. A história há de reconhecer a coerência e fidelidade à Constituição Federal", continuou o petista.

Por praxe, Lula foi conduzido ao Plenário por dois membros do TSE: ministros Ricardo Lewandowski e Benedito Gonçalves. Já Alckmin recebeu a mesma honraria da ministra Cármen Lúcia e do ministro Raul Araújo.

Além dos membros efetivos da corte, também ocuparam a mesa de honra o procurador-geral da República, Augusto Aras; o presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).

Diante deles e de um auditório lotado de convidados, entre políticos, recém-eleitos, ministros, ex-presidentes e diplomatas, Lula se emocionou algumas vezes. Apontou que o diploma recebido pertence ao povo, que "reconquistou o direito de viver em democracia nesse país".

O presidente eleito destacou que poucas vezes na história do país o direito ao voto esteve tão ameaçado, citou as dúvidas lançadas sobre a confiabilidade da urna eletrônica, os obstáculos criados no dia da votação e as ameaças feitas por empregadores contra seus empregados, em relação ao exercício do livre e sigiloso do voto.

Lula destacou a criação de uma ampla frente contra o autoritarismo, que foi aumentada no segundo turno, e ainda mais no momento da transição, criticou o ataque sistemático promovido contra as instituições e citou tal cenário como presente no mundo todo, não apenas no Brasil.

"É com o compromisso de construir o Estado de Direito, de garantir a normalidade institucional e de lutar contra todas as formas de injustiça que recebo, pela terceira vez, o diploma de presidente eleito em nome da liberdade, da dignidade e da felicidade do povo brasileiro", encerrou.

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