Relatório sobre atos terroristas aponta falhas na segurança do Distrito Federal
27 de janeiro de 2023, 21h59
O relatório final sobre os atos golpistas do último dia 8 foi protocolado no Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira (27/1) pelo interventor na segurança pública do Distrito Federal, o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli.

Fernando Frazão/Agência Brasil
Entre as informações apresentadas está a de que um informe da inteligência, do dia 6, alertou para os riscos de invasão de prédios públicos dois dias depois. O documento foi entregue no gabinete do então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, mas não gerou desdobramentos operacionais e batalhões importantes para conter manifestantes não foram acionados.
Outra informação é que a linha de contenção, quebrada por terroristas naquele domingo, era formada majoritariamente por alunos do curso de formação de praças da PM-DF. Ao menos nove comandantes das forças de segurança estavam de férias ou de licença no momento do ataque ao Congresso, ao Palácio do Planalto e ao STF.
O relatório também informa que ordens de comandantes que estavam em ação no dia foram descumpridas e que o efetivo em campo era bem inferior ao previsto.
Capelli, que assumiu como interventor no dia 8, durante o fatídico episódio, apontou ainda a "centralidade" do acampamento golpista instalado em frente ao Quartel General do Exército em Brasília. Segundo ele, desde as eleições houve uma "escalada" de atos violentos que culminou com a invasão dos prédios dos três Poderes. Ele citou o vandalismo no dia da diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a tentativa de explosão de uma bomba na região do Aeroporto de Brasília, além de afirmar que o acampamento funcionava como uma "minicidade golpista-terrorista".
"Virou um centro de construção de planos contra a democracia brasileira. A polícia registrou 73 ocorrências policiais no acampamento nesses poucos mais de dois meses em que ele funcionou: roubo, furto. Foi um ambiente também onde circularam criminosos, isso é confirmado pelas ocorrências policiais."
O interventor destacou que as investigações vão prosseguir e afirmou ter confiança nas Corregedorias da PM e dos demais órgãos de segurança pública. A intervenção na segurança pública do Distrito Federal terminará na próxima terça-feira (31/1), véspera do início do ano legislativo. Com informações da Agência Senado.
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