Memórias póstumas

MP-ES investiga dois juízes em suposto esquema de golpes em heranças

 

13 de agosto de 2024, 9h49

O Ministério Público do Espírito Santo, com apoio da Polícia Militar do estado, investiga a suposta formação de uma organização criminosa para aplicação de golpes contra o espólio de pessoas mortas sem herdeiros. Os alvos incluem advogados e agentes públicos, dentre eles os juízes Bruno Fritoli e Maurício Camatta Rangel. As informações são dos jornais A Gazeta Estadão.

Segundo MP, grupo mirava pessoas mortas sem herdeiros e com altos valores nas contas

No início deste mês, foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva, 30 mandados de busca e apreensão, dois mandados de afastamento funcional de agentes públicos, 13 mandados de suspensão do exercício da atividade profissional, proibição de contato entre pessoas, proibição de o às dependências de órgãos públicos e monitoramento eletrônico.

Todos os documentos foram expedidos pelo Tribunal de Justiça capixaba. Fritoli foi conduzido para o presídio da PM em Vitória, enquanto Rangel ou a utilizar tornozeleira eletrônica.

O MP alega a prática dos crimes de lavagem de capitais, corrupção ativa, corrupção iva, fraude processual e falsidade documental.

Segundo o órgão, as investigações mostraram “evidências contundentes” do envolvimento dessas pessoas em “ações judiciais simuladas a partir de documentação falsa, direcionamento da distribuição dos processos e emissão indevida de alvarás, com indícios de recebimento de vantagem indevida e lavagem de ativos”.

A promotoria ainda alega que o grupo localizava pessoas mortas sem herdeiros e com valores altos em suas contas bancárias. Com os nomes em mãos, confeccionava contratos de compra e venda, confissão de dívida e nota promissória, no intuito de bloquear valores dessas contas.

Sem herdeiros para apresentar contestação, o processo era extinto e um suposto acordo extrajudicial entre as partes era apresentado. Ao fim, o acordo era firmado com a participação dos suspeitos e os valores eram liberados.

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