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JECs do Rio de Janeiro concentram execuções contra empresa de turismo recorde em processos

 

12 de julho de 2024, 18h49

Em decisão inédita, envolvendo execuções movidas contra a empresa de turismo Hurb, juízes de Juizados Especiais Cíveis do Rio de Janeiro reuniram mais de mil processos em busca de maior efetividade no cumprimento das sentenças.

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TJ do Rio de Janeiro concentrou ações contra empresa de turismo

Problemas com cancelamentos de viagens sem aviso prévio, atrasos no pagamento a hotéis e falta de assistência em casos de problemas durante a viagem e a hospedagem são alguns dos exemplos de ações contra a empresa, que detém o maior número de processos nos JECs do Rio no setor de turismo — mais de 17 mil atualmente. A Hurb é a quarta maior ré no sistema, ficando atrás apenas de grandes concessionárias de serviços públicos.

Apesar de a empresa continuar funcionando normalmente, raramente cumpre as decisões judiciais, e dificilmente valores ou bens da empresa são encontrados para suprir os débitos executados. A partir dessa constatação, juízes integrantes da Comissão Judiciária de Articulação de Juizados Especiais Cíveis (Cojes) sugeriram a adoção de um procedimento denominado de “execução concentrada”.

Com essa iniciativa, após a consolidação dos créditos de todos os processos em que a empresa é ré no JEC, o valor total a a ser objeto de execução em apenas um processo, permitindo ao juiz o manejo de um número maior de medidas legalmente previstas e a otimização do tempo em busca do valor total devido.

Padronização de procedimento

Com a adesão e a colaboração de outros juízes, foi padronizado um procedimento por meio de mecanismos de cooperação judiciária previstos no Código de Processo Civil. Até o momento, apenas nos oito primeiros JECs que adotaram a prática, foram identificados 1.307 processos, nos quais a Hurb é executada por valores líquidos em um débito que, somado, já atinge o montante de R$ 10.473.452,33.

“Iniciativas como essa buscam, através de moderno instrumento processual, que é a cooperação judicial, otimizar o trabalho dos juízes na busca da efetividade das decisões judiciais. Acompanhamos o esforço dos magistrados do sistema de JECs que buscam, incessantemente, soluções para as milhares de demandas que lhes são submetidas e, por certo, um único réu, que responde a milhares de processos e resiste em cumprir as decisões judiciais, prejudica todos aqueles que precisam do Judiciário à vista da sobrecarga que gera”, aponta a desembargadora Maria Helena Pinto Machado, presidente da Cojes.

“Decisões judiciais têm de ser cumpridas, posturas reiteradas de desrespeito ao Poder Judiciário não podem ser itidas e têm de ser combatidas por meio dos instrumentos legais existentes, de forma incansável, como tem sido feito por esses juízes”, ressalta a magistrada.

A iniciativa é acompanhada institucionalmente pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por meio da Cojes e do Núcleo de Cooperação Judiciária (Nucoop), presidido pelo desembargador Alexandre Freitas Câmara. Com informações da assessoria de imprensa do TJ-RJ.

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