NUANCES DIGITAIS

Apostas, eleições e X puxam aumento de consumo de notícias no país

 

31 de outubro de 2024, 10h30

O volume de visitas aos sites de notícias e outras mídias no Brasil subiu 2,11% neste ano. O leve aumento é puxado pelo interesse dos leitores em apostas esportivas, nas eleições municipais e na insubordinação do X, ex-Twitter, ao Judiciário.

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Mercado de notícias teve leve melhora, mas ainda está longe do patamar de 2020

De janeiro a setembro deste ano, os portais noticiosos somaram 21,83 bilhões de visitas, ante os 21,38 bilhões de os registrados em intervalo semelhante do ano ado.

Os dados foram compilados pela Similarweb, companhia de tecnologias de informação, a pedido da revista eletrônica Consultor Jurídico.

O levantamento indica também que os os aos sites de notícias brasileiros são pouco diversificados, uma vez que 83,42% do tráfego se concentra entre o 1% dos maiores portais.

Além disso, o relatório sinaliza a importância da força das marcas para os leitores, já que pouco mais de seis em cada dez visitas (64,86%) são feitas mediante o direto ao site de cada veículo ou pela busca específica ao nome do veículo.

Mercado de apostas

Ao menos até junho, o futebol foi a pauta que liderou os os, ancorado pelo mercado que mais cresce na internet: o das bets. De janeiro a setembro, os cliques nos sites de apostas subiram 22% na comparação com o ano anterior.

“Quando a gente vê os mercados que mais crescem, o maior é o de gambling, de apostas. O tipo de aposta que mais cresce é a esportiva. Então, um mercado alimenta o outro”, diz Arlei Bueno, senior sales manager da Similarweb.

X e eleições

Outros temas também aram a dar maior fôlego aos sites de notícias apenas nesse último trimestre. Foram eles: a eleição presidencial na Venezuela, em 28 de julho, seguida da contestação à vitória de Nicolás Maduro; a morte de Silvio Santos, em 17 de agosto; o bloqueio do X, ao final de agosto, com alta de buscas sobre Elon Musk e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal; e, mais recentemente, as eleições municipais.

No contexto das eleições, surgiu o assunto que gerou maior fatia de tráfego (1,77%) aos sites de notícias de agosto a setembro: Pablo Marçal, filiado ao PRTB e agora candidato derrotado à prefeitura de São Paulo.

Tendência de queda

Bueno diz ainda que, mesmo com a leve melhora no volume de os, o mercado de notícias continua bem distante do patamar tido na crise da Covid-19, em que números recordes foram alcançados. Apenas no mês de março de 2020, foram mais de 4 bilhões de visitas.

Ele contextualiza a tendência de queda citando um estudo do Instituto Reuters, de junho deste ano, segundo o qual quase metade dos brasileiros (47%) diz evitar notícias por serem “repetitivas e chatas”, ou pelo teor negativo delas.

“Além das pessoas estarem mais cansadas das notícias em geral, tem a questão da pulverização e da descentralização do tráfego. O veículo publica a notícia no Facebook, e não necessariamente o usuário vai clicar nela para ir ao site. Ele vai ler apenas ali. Essa descentralização também ocorre através do Google, por blogs e retail media.

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