Ex-membros da ‘lava jato’ tentam se reerguer em eleição para o TRF-2
3 de abril de 2025, 17h28
Procuradores que atuaram na “lava jato” se inscreveram para a formação de lista sêxtupla do Ministério Público Federal para preencher uma vaga de desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Ainda que a autodenominada força-tarefa tenha sido dissolvida em razão de abusos e politização, o grupo ainda é considerado forte dentro da corporação. A eleição será no próximo dia 8.

Eduardo El Hage é um dos procuradores da ‘lava jato’ que se candidataram na eleição para desembargador do TRF-2
Dos 11 procuradores inscritos, quatro atuaram na finada operação: Eduardo El Hage, Felipe Bogado, Stanley Valeriano e Paulo Sérgio Ferreira Filho. A procuradora Neide Cardoso oficiou em processos da “lava jato” em segundo grau e é considerada alinhada ao grupo.
Os outros inscritos são Aldo de Campos Costa, Eduardo Benones, Júlio Cesar Costa, Luciana Fernandes Gadelha, Marylucy Barra e Maurício Rodrigues.
Uma vez formada a lista sêxtupla, são os desembargadores que escolhem os três nomes que irão à escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). É dado como certo no Planalto que Lula não irá aceitar qualquer nome vinculado à “lava jato”. Por isso, o movimento tem sido visto como provocação e uma tentativa de constranger o presidente.
Caso a lista seja composta majoritariamente por nomes que serão rejeitados pelo Executivo, o TRF-2 poderá devolvê-la ao MPF. A medida serviria para preservar a institucionalidade do processo e evitar a formalização de um confronto com o Planalto.
Por essa razão, a presença conjunta de nomes ligados à autodenominada força-tarefa é interpretada por membros da instituição como um movimento coordenado para recuperar influência institucional, dificultar a escolha presidencial e neutralizar candidaturas tidas como mais técnicas ou moderadas.
A candidatura de seus remanescentes à vaga de desembargador federal ainda reforça a percepção de que parte do grupo busca permanecer em posições de poder, mesmo sem respaldo político externo.
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