Soldado israelense investigado pela Justiça brasileira deixa o país
6 de janeiro de 2025, 11h53
O soldado israelense Yuval Vagdani, de 21 anos, investigado pela Polícia Federal por crimes de guerra na Faixa de Gaza, deixou o Brasil neste domingo (5/1), acompanhado por um representante da Embaixada de Israel em Brasília.
A conduta de Vagdani na guerra ou a ser apurada depois de a organização internacional defensora dos direitos dos palestinos Hind Rajab Foundation (HRF) ingressar formalmente com um pedido de investigação. Ele é acusado de ter participado de demolições massivas de residências civis em Gaza.

Reservista israelense investigado pela Justiça brasileira deixou o país
O militar viajava pela Bahia quando foi alertado por um amigo sobre a investigação, de acordo com seu pai, que falou ao jornal israelense Hareetz. Assim que soube da denúncia, Vagdani decidiu deixar o Brasil por conta própria, segundo autoridades da Embaixada de Israel.
A denúncia da HRF se baseia em fotos, vídeos e dados de geolocalização. O israelense foi identificado pela organização, durante a guerra, depois de publicar um vídeo no Instagram com imagens do Corredor de Netzarim, antes das demolições. Em outro vídeo, ele grava uma explosão controlada, em que se ouve o som de soldados rindo ao fundo.
O pedido da HRF foi acolhido em 30 de dezembro pela juíza Raquel Soares Chiarelli, 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal. Dyab Abou Jahjah, presidente da HRF, destacou que este é o primeiro caso em que um Estado signatário do Estatuto de Roma aplica diretamente suas disposições sem recorrer ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
A denúncia da HRF alega que há risco de fuga e de possível destruição de provas.
Outros países
O Brasil não foi o único Estado provocado. Outros oito soldados que viajavam por Chipre, Eslovênia e Holanda tiveram de deixar os países imediatamente por causa das investigações, de acordo com agências internacionais de notícias.
Em nota, a Embaixada de Israel afirmou que a HRF “representa uma organização estrangeira e está explorando de forma cínica os sistemas legais para fomentar uma narrativa anti-Israel tanto globalmente quanto no Brasil, apesar de saber plenamente que as alegações carecem de qualquer fundamento legal”.
“Israel está comprometido em facilitar e garantir a transferência de ajuda humanitária para Gaza. Essa ajuda é entregue diretamente através das fronteiras de Israel, em coordenação com as autoridades relevantes”, diz o texto.
A notícia-crime impetrada na Justiça Federal do DF foi assinada pelos advogados Caio Patricio de Almeida e Maira Machado Frota Pinheiro.
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