Práticas discriminatórias

Instituto cobra providências do TJ-RO sobre grupo racista formado por servidores

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31 de maio de 2025, 14h20

O Instituto de Defesa da População Negra (IDPN) protocolou um ofício endereçado à Presidência do Tribunal de Justiça de Rondônia exigindo esclarecimentos sobre as medidas adotadas em relação à existência de um grupo racista chamado de Black List, supostamente formado por servidores do tribunal.

mulher negra com a mão na frente do rosto

Instituto cobra providências do TJ-RO sobre grupo racista criado por servidores

O caso veio à tona em 2022, quando denúncias apontaram a atuação do grupo em um contexto de resistência às políticas de ações afirmativas implementadas no Judiciário rondoniense. Na época, o então presidente do TJ-RO, desembargador Marcos Alaor Diniz Grangeia, gravou um vídeo reconhecendo o problema e anunciando a abertura de uma investigação sobre o conteúdo racista associado ao grupo.

Desde então, não houve divulgação oficial dos desdobramentos da apuração. Segundo o IDPN, o silêncio institucional levanta dúvidas sobre a responsabilização dos envolvidos e as providências adotadas para coibir práticas discriminatórias no âmbito da Justiça.

Em 2024, o TJ-RO venceu o Prêmio Equidade Racial do Conselho Nacional de Justiça, na categoria Boas Práticas.

“O que está em jogo é a credibilidade do sistema de justiça e a dignidade da população negra. Não podemos permitir que o combate ao racismo seja apenas uma promessa vazia. Queremos respostas, e queremos justiça”, afirmou o advogado do instituto, Frederico Borges da Costa Plácido, no ofício.

Para o IDPN, a ausência de respostas por parte do TJ-RO simboliza a resistência de instituições públicas diante de políticas de equidade racial. O instituto diz que seguirá cobrando transparência sobre práticas que violam os direitos da população negra.

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