Barroso diz que 11 ministros do STF vão produzir voto conjunto na ADPF das Favelas
26 de março de 2025, 21h59
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, anunciou na sessão desta quarta-feira (26/3) que o Plenário julgará em 3 de abril a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como ADPF das Favelas, que discute a letalidade policial nas operações em comunidades do estado do Rio de Janeiro.

O ministro classificou como ‘especialmente árduo’ o tema do julgamento
Diante da importância da questão, Barroso afirmou que há um entendimento do colegiado de que a solução deve ser produzida em conjunto, sem votos divergentes, para um tema que classificou como “especialmente árduo”, porque envolve muitos interesses. “Queremos ar uma mensagem muito clara para o Rio de Janeiro e para todo o país da importância que estamos dando ao tema da segurança pública, que hoje está no topo das prioridades brasileiras em termos de preocupação da população e, consequentemente, também do nosso tribunal.”
Segundo Barroso, em razão da duração da sessão extraordinária da 1ª Turma, na manhã desta quarta, que recebeu a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra oito denunciados por golpe de Estado, não foi possível fazer a última reunião programada para produzir um voto conjunto na ação.
O presidente do STF destacou a preocupação do tribunal com a segurança pública, com a letalidade policial, com a necessidade de retomar territórios ocupados por organizações criminosas e com a investigação de crimes interestaduais, entre outros pontos, mas assinalou que, por causa da gravidade da situação, é necessário ajustar as diferentes perspectivas apresentadas pelos 11 integrantes do STF.
O ministro Edson Fachin, relator da ADPF 635, agradeceu aos demais integrantes da corte pela participação na obtenção de uma solução conjunta em um processo estrutural de grande magnitude. Ele destacou a importância de que o Supremo complete o diálogo interno para concluir o consenso. “Creio que de fato estamos nos aproximando, os 11 ministros, de um momento de certo modo histórico, de um julgamento a 22 mãos.”
O julgamento da ADPF 635 começou em fevereiro deste ano e foi suspenso após o voto do relator, que propôs a homologação parcial do plano apresentado pelo governo estadual. Na ocasião, Barroso apontou a necessidade de um prazo para que o colegiado buscasse a construção de consensos sobre os diversos pontos. Com informações da assessoria de imprensa do STF.
ADPF 635
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